Desafíos emergentes de la modernización del Estado : reflexiones y casos de América Latina y Europa

Javier Fuenzalida | Pablo González ( Editores ) 98 1. I ntrodução e objetivos centrais do artigo Não há dúvidas quanto à ocorrência de um notável processo de transformação das sociedades trazido pela reorganização geopolítica internacional, pelas novas tecnologias, e pela ressignificação e reordenamento das escalas dos valores sociais, entre outros fatores. Entretanto, menos frequente é a discussão dos impactos tra- zidos por essas mudanças sobre a forma de o estado moderno se organizar para lidar com o novo contexto. Como organizar blocos econômicos, fazer acordos comerciais, e apoiar movimentos nacionais em um mundo multipolar ou quando a realpolitik induz o privilégio às considerações práticas e vantagens econômicas em prejuízo de valores ou ideologias?Como lidar com demandas da sociedade, imedia- tizadas pela rapidez introduzida pela comunicação via Internet? Como organizar as respostas do setor público à fragmentação das demandas, personalizadas e cus- tomizadas pelo mercado em que transitam os cidadãos? De que forma lidar com as redes articuladas pelo estado, mercado e sociedade civil na atenção às demandas dos cidadãos? Essas perguntas são, certamente, uma pequena amostra dos inúmeros desafios colocados ante a administração pública nos dias atuais. Velhos modelos, desenvol- vidos para solucionar problemas ou necessidades muitas vezes superadas, precisam ser substituídos, mas esse movimento exige mudança de estruturas, competências e comportamentos que nem sempre se mostram triviais. Desde as ideias pioneiras de Woodrow Wilson, em seu artigo seminal de 1887 “The Study of Administration”, quando defendeu os ideais de uma administração pública separada da política e ocupada por uma burocracia treinada, às propostas de Max Weber sobre a buro- cracia na década de 1940, a administração pública tem transitado por paradigmas que tentam oferecer respostas aos principais problemas do funcionamento dos governos, principalmente nos países do ocidente. Atualmente, após mais de duas décadas de influência do paradigma da Nova Gestão Pública (ou New Public Mana- gement [NPM]), a atuação da administração pública se desloca de uma lógica baseada na eficiência, contratos de gestão, controle de resultados e incorporação de técnicas privadas de gestão para outra lógica baseada no fortalecimento dos relacionamen- tos institucionais com a sociedade, a formação de redes interorganizacionais, e a difusão de contratos tácitos. A atuação estatal busca coordenar ações com atores privados e do terceiro setor, visando a uma adaptação ao novo paradigma da Nova Governança Pública (ou New Public Governance [NPG]) ou dos modos de co-pro- dução. Essas açõe têm reflexos significativos na organização e atuação do aparelho

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