Desafíos emergentes de la modernización del Estado : reflexiones y casos de América Latina y Europa

Javier Fuenzalida | Pablo González ( Editores ) 100 as considerações finais sobre o problema proposto e apresenta sugestões para a evolução do debate, a partir de novos estudos. 2. E volução dos paradigmas da administração pública Ao discutir a possibilidade de aplicação da análise de paradigmas ao campo da administração pública, Lu (2013) remete à crítica de Thomas Kuhn, para quem expandir sua utilização das ciências naturais às ciências sociais apresenta limitações, uma vez que na maioria das ciências sociais é raro observar a mudança de paradig- ma, mas é frequente a presença de um “paradigma paralelo”, isto é, a coexistência de vários paradigmas concorrentes. Para Pestoff (2011), cada paradigma na administração pública está associado a uma ideologia e período histórico particular. Podem, contudo, ser considerados como distintas camadas de realidade coexistindo e competindo para políticos, ad- ministradores, acadêmicos e no discurso público. Assim, se em um primeiro momento –ou aquele em que se pode localizar uma reflexão mais estruturada sobre o tema– o debate iniciado por Wilson (1887) trouxe propostas sobre uma independência e profissionalização da administração pública ante o sistema político, quarenta anos depois a dificuldade de alguma forma permanecia, quando os preceitos de Weber de formalização da burocracia ganharam voz. Para Lynn (2005), as origens do estudo contemporâneo da administração pública podem ser situ- adas nos anos de 1970, com a inclusão nos currículos nas escolas de políticas públicas americanas e nas reformas promovidas na Grã-Bretanha e Nova Zelândia. Mais recentemente, nas décadas de 1980 e 1990, ocorreu em especial nos paí- ses do ocidente e capitaneada pelos Estados Unidos e Reino Unido, um influente movimento de revisão do papel e tamanho do Estado, baseado em ideais liberais e orientado por propostas de uma radical “reinvenção do governo” (Osborne & Gaebler, 1993). Com esse sentido, a administração pública iniciou amplos projetos de reforma, tendo como forte referência práticas privadas de gestão, movimento que incluiu a grande maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Decerto que suposições de uma ineficiência intrínseca do aparelho estatal se encontraram em um momento em que as principais economias ocidentais eram lideradas por administradores com uma tendência mais conservadora, como o caso da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e do presidente americano Ro- nald Reagan, que convergiram com os ideólogos que defendiam a prevalência de uma visão gerencialista, privada, para a solução dos problemas de eficiência e aloca-

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