Innovando en la educación superior: experiencias clave en Latinoamérica y el Caribe 2016-2017. Volumen 2: metodologías activas de enseñanza y aprendizaje

VOLUMEN 2: METODOLOGÍAS ACTIVAS DE ENSEÑANZA Y APRENDIZAJE 40 o coletivo a partir dos sonhos individuais que, afinal, sugeriam temas comuns reveladores do imaginário coletivo. A dinâmica do processo convidava a explicações sobre os significados dos sonhos que, por sua vez, ditaram regras destiladas de debates sobre o tema. Por óbvio, fugiu-se dos apelos imediatos de evocações freudianas ou junguianas e, então, se afigurou como virtuosa a alternativa do autoexame, ou seja, o convite feito aos próprios sonhadores para que se contemplassem como explicadores das narrativas. Tal mpeto exeg tico permitia mais uma audácia: al m da autointerpretação, foi solicitado que cada narrador desenhasse aspectos dos próprios sonhos e, em resposta, houve quem se dedicasse a seriar etapas dos sonhos; outros escolheram um detalhe, todos, por m, relacionam seus traços com os t tulos previamente solicitados. Para a análise final do conjunto, foram seletados alguns textos de sonhos com desenhos representativos de escolhas. A soma de tudo (narrativa, desenho, t tulo, autointerpretação) levou à pregunta: como as manifestações on ricas individuais poderiam compor um corpo coletivo capaz de dar sentido a análises sociológicas? O desenvolvimento dessa aventura implicou identificar marcas do imaginário on rico. Fala-se de manifestações alheias, narrações de pessoas que sonham e contam seus devaneios noturnos a pesquisadores que, por sua vez, as recontam, numa proposta de compreensão e explicação. Trata-se de entender como os sonhos se relacionam com a experiência individual e coletiva, na perspectiva da memória social, apreendida por um c rculo dado. Prezando o que no senso comum não compete ao meio universitário, a junção de fatos de dif cil entendimento funcionou como pretexto para a sondagem de um universo instigante. Como um canal que não teve medo de se abrir para o mar, os sonhos esquadrinhados provieram de várias fontes, mas foram juntados por um coletivo que lhes deu forma narrativa e vida material. Afinal, a que se prestariam os sonhos reunidos? Exame dos procedimentos E por que pretender sua compreensão, al m da curiosidade? Os procedimentos assumidos neste esforço demandaram a materialização das narrativas e elas, por sua vez, sugeriram tranças indicativas da relação do quantitativo com o qualitativo. Era preciso contar, enumerar, perfilar fatores que afinal permitiam outro sentido ao verbo contar. Tudo, por m, dosado, de maneira a calibrar a exposição de forma narrativa, sens vel e palatável ao grupo e às comunidades abrangidas. E nesta senda, a comunicação lograva destaque, pois era preciso desenvolver uma linguagem capaz de transitar entendimentos. Nessa linha, o conteúdo resultante de tantos exerc cios exeg ticos transformava a narrativa em protagonista. Ativando os narradores como int rpretes, foi definida a importância para o autoexame ou análise do próprio desempenho on rico. A transformação do sonhador/narrador/int rprete teve ainda um polo de destaque: a autoria projetiva do desenho. Sim, o ato do desenho ganhou proeminência no processo (Andrade, 1975; Darras, 1996; Luquet, 1969 Widlöcher, 1971). Estimulados ao desenho, cada qual pôde refletir sobre que aspecto do sonho se queria projetar. Não o bastante, ainda cabia aos sonhadores, ao final, intitular o próprio sonho; isto, al m da análise desenvolvida pelo entrevistador, depois da entrevista. Todo este procedimento foi formalizado, a fim de compreender o sonho em sua inteireza. Já a abordagem qualitativa pura e simples foi tocada pelo estudo descritivo e anal tico dos instrumentos e seus resultados. O crit rio para coleta dos fatos on ricos demandou a definição de um grupo focal (Barrett, 2002). Solicitado aos participantes que escolhessem “contadores”, procedida a recolha, se plantou novo problema: como analisar o produto geral? Para discussão dos resultados optou-se pela análise de conteúdo, na qual a interpretação se faz na prática, pelo exame de resultados decorrentes da associação de palavras e s mbolos (Bardin, 2009). A organização dos signos implicaria em uma codificação dos resultados dos quais seriam

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