Corea, perspectivas desde América Latina: IV encuentro de estudios coreanos en América Latina

Discriminafáo ou diftrenfa cultural? Reflexóes sobre o choque cultural dQS imigrantes coreanos no Brasil país essencialmente constituído por imigrantes. Segundo ele, cada um dos 80 POyOS que para cá vieram, com seus 80 sistemas culturais diferentes, mantive– ram cada qual suas particularidades, havendo, ao mesmo tempo, contatos dife– rentes entre grupos diferentes. Assim, na regüio de Blumenau, imigrantes ale– maes ainda preservam seus costumes, acontecendo o mesmo entre os iorubás que vieram do oeste da Africa e se instalaram na Bahia; os elementos culturais norte-americanos continuam vivos na regiao da Americana e os japoneses nao perderam suas tradic;:6es apesar dos mais de 100 anos de imigrac;:ao. Prof. Jun acredita que a chave para entender a sociedade brasileira é a compreensao de que esta é urna sociedade pluricultural integradora, que reconhece e aceita a coexistencia das diferenc;:as. Desse modo, o fato de que os coreanos mantem a sua identidade cultural na segunda gerac;:aoseria um fenómeno apenas natural. Embora a sociedade brasileira como um todo seja tolerante as diferenc;:as culturais, a dimensao individual do processo de adaptac;:ao e aculturac;:ao dos coreanos no Brasil envolve choques e conflitos que nao passam desapercebi– dos. Os coreanos se veem num ambiente com valores incompatíveis aos seus, e as bases de sua identidade pessoal sao ameac;:adas pela experiencia intercul– tural disparando um mecanismo de defesa. O prório prof. Jun reconhece que cada micro-grupo mantém a sua unidade com base nos costumes próprios, a custa de alguma xenofobia. Certamente, o resultado nao poderia ser outro senao o processo de "separac;:ao" acima mencionado. Prof. Le-Fort também sugere que o estudo dos processos de aculturac;:ao dos coreanos no Brasil prossiga, levando em considerac;:ao também a perce– pc;:ao que a sociedade receptora - os bra'sileiros - tem dos imigrantes coreanos. Na pesquisa conduzida por Jeffrey Lesser e Koi<;hi Morj255 sobre a imagem que os brasileiros tem sobre as tres minorias asiáticas (japonesa, chinesa e corea– na) por exemplo, a imagem dos coreanos foi a pior de todas - o mais feio, o mais desonesto, o mais sujo etc. Mas, especialmente para aqueles que tenham tido pouco contato com coreanos, é natural que haja urna certa confusao en– tre coreanos, chineses e os jo-seon-jok, gozando os japoneses nao somente de urna imagem melhor mas também de urna caracterizac;:ao um pouco mais clara com relac;:ao aos demais grupos, por raz6es históricas. Aos comerciantes coreanos da regiao de 25 de marc;:o sao dispensadas imagens muito negativas, 255 Lesser, J.; Mori, K. Et al. The new face of discrimination. Sao Paulo: Centro de Estudos Nipo-Brasileiros,2000(?) 236 Corea, perspectivas desde América Latina

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