El derecho a la ciudad y la vivienda : Propuestas y desafíos de la realidad actual: XIII Encuentro ULACAV; V Jornada internacional de vivienda social

A questao é se nao há outra possibilidade de resolver o problema da taquara. já que somente as coberturas estao precárias, no caso da Tekoá Nhuu Pora. Mas como fazer com que as políticas habitacionais nao tenham processos fechados a recursos financeiros vinculados ao uso de materiais padronizados e controlados pela indústria da construi;:ao civil, a qual nao abre espai;:o para o uso de materiais naturais. Um exemplo local, também construido em todas as aldeias do Estado. é posto da FUNASA, que utiliza alvenaria e utiliza tijolos de vidro, por exemplo, sendo mais impactante que a tipología habitacional em madeira e, além disto, por ser cercado e nao administrado pela comunidade, gera espai;:os restritos aos órgaos indigenistas dentro das áreas. A ambivaléncia deste posto em relai;:ao aos núcleos familiares, bem como a experiencia em outros tekoá pode ser percebida na figura 1 a seguir. Figura 1: Posto saúde. núcleo familiar e tipología do governo. Fotos: Letícia Prudente e Nauira Zanin. As casas tradicionais nos núcleos familiares sao construidas com materiais do próprio lugar e, assim, integram-se ao ambiente natural, ao passo que os materiais industrializados, a forma e as tecnologías utilizadas em edificai;:oes externas a esta cultura nao dialoga com o contexto sócio-cultural e ambiental, pois sao projetos desenvolvidos para qualquer lugar e para qualquer grupo, no caso do posto. ARQUITETURA AUTÓCTONE Os Mbyá seguem buscando a reprodui;:ao e a continuidade da sua cultura material sem a interferencia da sociedade envolvente no RS. Sao poucas as "casas tradicionais", como os Mbyá se referem a arquitetura autóctone existente nos tekoá do Estado. pois nem todas contam com o acesso aos recursos naturais tradicionais. Mas há, pelo menos. urna construi;:ao tradicional em cada aldeia, que sao as casas de reza (opy), construidas ou reformadas, entre 2004 e 2006, através de um programa governamental de assistencia técnica4. que neste caso, foi urna interveni;:ao positiva (SOARES, 2007). O Tekoá Nhuu Pora é o único que possui urna tipología diferenciada em relai;:ao a forma e ao uso do xaxim como material de vedai;:ao ao invés do barro, mas os demais materiais, tecnologias e sistemas construtivos sao os mesmos, como mostra a figura 2, a seguir. Figura 2: tipologías do Tekoá Nhuu Porá e do Tekoá Pindoty. Fotos: Letícia Prudente e Daniele Pires. O uso do xaxim veio com as familias provenientes da cidade de Missiones, na Argentina, onde também se constrói com esta espécie vegetal. Segundo o relato do cacique. quem resgatou este uso, quando chegaram a área do tekoá, percebeu que os "paus eram muito pequenos" para a construi;:ao da 4 Programa da Associa9!10 Riograndense de Empreendimentos de Assisténcia Técnica e Extensllo Rural (EMATER) e o Rs Rural, fruto de um contrato entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e o Banco Mundial (SOARES, 2007).