El derecho a la ciudad y la vivienda : Propuestas y desafíos de la realidad actual: XIII Encuentro ULACAV; V Jornada internacional de vivienda social
viver este pensamento cartesiano "dominante", traduzidas através da cultura material que expressa e representa as relai,oes sócio-ambientais e forma de habitar mais holística e integral. A arquitetura autóctone Mbyá-Guarani possui principios construtivos que condizem com urna arquitetura mais sustentável com tecnologias apropriadas aos contextos ambientais, sociais, culturais e económicos, através de sistemas, materiais e processos construtivos de baixo impacto ambiental, por exemplo. Desta forma, este artigo apresenta esta arquitetura em um habita! apropriado á cosmología desta etnia, tendo o objetivo geral de caracterizar a tipología desenvolvida e contextualizar o espai,o sócio-ambiental da comunidade que a desenvolveu, baseando-se em principios de sustentabilidade para a análise de continuidade e possíveis interveni,oes externas. Espera-se contribuir para o fortalecimento deste direito e saber autóctone e na sua compatibilizai,ao com o saber académico, fomentando discussoes sobre construi,ao e habita! mais sustentáveis, bem como intensificando o diálogo intercultural, interdisciplinar e ínter-institucional, com potencial de maior adequai,ao social de políticas públicas diferenciadas com adequai,ao social, respeitando as especificidades culturais deste povo indígena. MEDOTOLOGIA A metodología está baseada em conceítos etnológicos e métodos de percepi,M ambiental, abordando a análise de principios de sustentabílídade da arquitetura, buscando urna abordagem interdisciplinar e intercultural. Está centralizada no método etnográfico e na percepyao ambiental, utilizando-se de ferramentas de observai,ao participante, entrevistas semi-estruturadas, registros fotográficos, diáríos de campo, análise de desenhos, construi,ao de maquetes ínterativas e interlocutores culturais Mbyá-Guaraní (MAUSS, 1993). Foram consideradas as especificidades de tempo e de espai,o possiveis para a abertura e o diálogo deste grupo, adaptando o ritmo e a intensidade da pesquisa, a qual teve urna interai,ao interdisciplinar entre arquitetura e antropología, fazendo parte de urna dissertai,M de mestrado iniciada em 2005 que teve como base em campos exploratórios anteriores, desde 2001 , a comunidades indígenas do RS e Sao Paulo, bem atividades voltadas para o mesmo tema, as quais propiciaram urna compreensao maior sobre a cosmología da etnia e suas redes socioculturais. O levantamento de dados em campo do estudo de caso abordado ocorreu durante o ano de 2006 e 2007, consistindo no recorte de elementos pragmáticos e simbólicos referentes a arquitetura autóctone, abordados a partir da ética do outro e dialogando com a ética académica. Definiram-se dados sobre uso, tipología, materiaís, técnicas e processo construtivos vinculados á organizai,ao sócio-espacial de ínseri,ao e ínterveni,oes externas á cultura específica. A análise de resultados correlaciona dimensoes de sustentabilidade, que respondem ás questoes sociais, económicas, ambientais e culturais, cruzando dados coletados e re-interados em campo com os pré-definidos na literatura. TEKOÁ NHÜU POR.A Tekoá Nhüu Pora significa em Guaraní "Aldeía do Campo Bonito", sendo tekoá urna expressao atual exaltada e associada á territorialidade pelos Mbyá, ou seja, um local possivel de viver segundo o modo de ser Guaraní, indo além de um espai,o ou comunidade, pois vem a ser urna forma de reivindicar o direito a um habitat sustentável, o qual deve possuir qualidade ambiental e recursos naturais propicios para a continuidade da tradii,ao cultural, segundo a visao de mundo deste povo. Está localizado no litoral norte do RS, entre os municipios de Maquiné, Riozinho e Carará, no alto do Vale do Maquiné, regiao mais utilizada por esta comunidade. Alguns autores, também, chamam de Aldeia do Campo Molhado, nome dado da localidade, pois há abundancia de recursos hídricos e índices pluviométricos altos. A área foi demarcada e homologada em 18 de abril de 2001, abrangendo 2.266,52 hectares, os quais pertencem ao zoneamento da Reserva da Biosfera da Mata Atlantica do Estado, assim como todo o Vale do Maquiné, o qual compreende a bacia hidrográfica do Rio Maquiné. É urna regiao caracterizada por urna diversídade sócío-ambiental devido ao número de espécies ecológicas e grupos étnicos existentes (FERREIRA, 2000). Enquanto descendentes de colonos alemaes e italianos vivem em pequenas e médias propriedades rurais na parte baixa do vale, ao longo do rio e da única estrada de chao que corta o vale (Rodovia Estadual RS 239), os Mbyá vivem no topo, a 900 metros de altitude, porém possuem alguns acampamentos na área baixa, que servem como moradias provisórias e locais de passagem, típicos e necessários á dinamica itinerante cultural. Maquiné fica a 133km da capital Gaúcha e a aldeia a 30km de um dos distritos deste municipio, sendo a acessibilidade restrita por ter que se utilizar um veículo apropriado ao difícil trajelo por urna antiga estrada
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