El derecho a la ciudad y la vivienda : Propuestas y desafíos de la realidad actual: XIII Encuentro ULACAV; V Jornada internacional de vivienda social

ARQUITETURAAUTÓCTONE MBYÁ-GUARANI EM UM HABITAT SUSTENTÁVEL: ESTUDO DE CASO DA TEKOÁ NHÜU PORÁ Letícia Thurmann Prudente (1); Miguel Aloysio Sattler (2) Núcleo de Meio Ambiente / Pós Graduacao em Engenharia Civil / Universidade Federal do Rio Grande do Sul / Porto Alegre - Brasil/ (1) lelearq@hotmail.com; (2) masattler@gmail.com RESUMO Síntese: A arquitetura autóctone dos povos indígenas no Brasil é um patrimonio cultural nacional e um direito dos povos amerindios ainda existentes, possuindo elementos materiais e simbólicos que se reproduzem, atualizam e reinventam em territórios e espac;:os de vida autóctone contemporaneos. Neste inicio de século, quando se está revisando conceitos e princípios da sociedade moderna envolvente através de novos paradigmas sócio-culturais, tecnologías tachadas como "primitivas" vém contribuindo como referencias para um futuro mais sustentável em diversas áreas do conhecimento sobre aspectos ambientais, sociais, culturais e económicos, pois trazem urna visao de mundo mais integral na relac;:ao entre o homem e a natureza. Contexto: Os Mbyá-Guarani, povo que conserva fortemente sua cultura, possuem principios construtivos que condizem com urna arquitetura mais sustentável, utilizando-se de tecnologías apropriadas, sistemas construtivos e materiais de baixo impacto ambiental, por exemplo. Paradoxalmente, as políticas públicas voltadas á habitac;:ao indígena, geralmente, desconsideram as especificidades dos conhecimentos e técnicas autóctones, aplicando recursos públicos em modelos construtivos inadequados tanto em termos sócio-culturais como em termos ambientais. O presente trabalho visa abordar o universo da arquitetura autóctone deste povo, utilizando-se do estudo de caso da Tekoá Nhüu Pora, terra indígena inserida em área de Mata Atlantica, localizada no municipio de Maquiné, estado do Rio Grande do Sul, onde existem recursos naturais tradicionais e onde desenvolveram urna tipología arquitetónica singular que utiliza o xaxim como material de construc;:ao. Metodología e estratégias: com o objetivo de caracterizar a arquitetura autóctone desta comunidade com principios de sustentabilidade, é um estudo de caso centralizado no método etnográfico para Jevantamento de dados, abordando métodos de percepc;:ao ambiental e análise de dimensoes de sustentabilidade. Resultados: Contextualizac;:ao físico-espacial da comunidade; descric;:ao dos sistemas, técnicas e materiais construtivos; e análise de possíveis intervenc;:oes para novas construc;:oes. Espera-se contribuir na valorizac;:ao e no reconhecimento desta arquitetura que se apresenta como instrumento central nos processos de fortalecimento cultural, com potencial de maior adequac;:ao social das políticas públicas de habitac;:ao ás especificidades deste povo indígena, assim como contribuí nas discussoes sobre sustentabilidade na arquitetura coma compatibilizarao do saber académico e do saber autóctone. Palavras chaves: arquitetura autóctone, arquitetura Mbyá-Guarani, sustentabilidade, habitac;:ao indígena. INTRODUCAO A arquitetura dos povos indígenas no Brasil é um patrimonio cultural nacional e um direito dos povos ameríndios ainda existentes, sendo poucos grupos e habita! autóctones que sobreviveram á pressao dos modelos ocidentais de desenvolvimento. Os povos indígenas seguem lutando pela preservac;:ao dos ambientes naturais, pois sao estes espac;:os onde estilo os elementos simbólicos necessários para a reproduc;:ao e continuidade cultural. Sao escassos os estudos sobre arquitetura de grupos nativos brasileiros, se comparados aos de influencia estrangeira, porém é a raíz tecnológica e cultural da arquitetura popular, devendo ser reconhecida e valorizada pela sociedade nao-indígena. Este fato se dá em func;:ao da invisibilidade social dos indígenas ainda hoje, principalmente, na regiao sul do País, onde há as duas maiores etnias em número de pessoas somente no estado do Rio Grande do Sul (RS), que sao os Kaigang e os Guarani 1 (S0ARES, 2007). A própria arquitetura popular brasileira nao é valorizada, segundo Weimer (2005), devido a preconceitos históricos de elites económicas que apresentavam-na como "primitiva, selvagem ou atrasada", ao passo que suas características de 1 Os nomes dos povos indígenas s1io no singular, assim como na lingua Guaraní, onde n1io há plural, havendo algumas discordáncias gramaticais para o Portugués. As palavras Guarani estilo destacadas em itálico e acentuadas por serem oxitonas.

RkJQdWJsaXNoZXIy Mzc3MTg=