Corea, perspectivas desde América Latina: IV encuentro de estudios coreanos en América Latina

A Polftica ExterlUl da República da Coréia e aAmlrica LAtina 2. Marco de Referencia 2 !> Duas tradi~óes clássicas e suas variantes tém dominado a literatura de Re– la~óes Internacionais (RI) desde o surgimento da disciplina como campo de estudos académicos: o idealismo e o realismo. O idealismo se inspira no oti– mismo iluminista do XVIII, no liberalismo do século XIX e nas propostas de Woodrow Wilson. 30 O realismo clássico é geralmente entendido na literatura de RI como urna visao de mundo baseada em algumas premissas, tais como: o Estado, considerado único ator do sistema internacional, tido como anárqui– co (sem estrutura hierárquica formal), possui poder (hard power) sustentado por sua capacidade militar, o que o torna potencialmente ofensivo. A principal meta do Estado é manter sua soberania e estratégias racionais de sobrevivéncia. Nos estudos de política externa predominam também duas abordagens amplas, com suas respectivas variantes. Aprimeira pode ser identificada como lnnenpolitik, ou política interna; engloba urna série de vertentes que incluem abordagens cognitivas e psicológicas, burocráticas e institucionais, compor– tamento em crise, processos decisórios e outras (ALLISON, 1971; ALLISSON & ZELIKOW, 1999). A pressuposi<;:ao básica é que a política externa de um país será mais adequadamente compreendida e explicada como um produto de sua dimimica interna. A outra tradi~ao tem suas raÍzes na Realpolitik, ou realismo concebido em termos amplos e conta também com suas próprias vertentes; os principais fatores ou variáveis explicativas seriam de natureza predominantemente externa ou sistemica (CARLSNAES, 2001; ROSE, 1998). Do ponto de vista metodológico identificam-se na literatura duas orien– ta~óes principais no estudo de política externa: o "objetivismo" e o "inter– pretativismo", que corresponderiam a clássica distín~ao feita por Max Weber entre Erkliiren (explicar) e Verstehen (compreender). Essas duas distin~óes weberianas sao tipos ideais e nao sao mutuamente excludentes; formam urna 29 Partes do marco de referencia aquí descrito foram utilizadas pelo autor em outros trabal– hos de sua autoria, como por exemplo, GUIMARÁES (2006). 30 "Um episódio mareante da campanha liberal de Wilson foí seu discurso perante o Con– gresso dos EUA, em 1918, no qual ele propos a cría~áo da Liga das Na~óes, a remo~áo de barreiras ao livre comércio e a promot;:áo da autodeterminat;:áo dos povos. Inspirando-se nas doutrinas liberais de Rousseau, Stuart Mili e outros, Wilson esperava estabelecer as bases para urna nova ordem mundial, com paz e prosperidade" (GUIMARÁES, 2001, p. 43-44). 36 Corea, perspectivas desde América Latina

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