Corea, perspectivas desde América Latina: IV encuentro de estudios coreanos en América Latina
DiscrimintlfÍÚJ ou diftm1lfa Ctlltural? Riflexóes sobre o choque cultural dos imigranus coreanos no Brasil as aventureiras. As primeiras visam adquirir riqueza através de sua persisten– cia na transformalfao de forlfa em produto, plantar e colher. Já o aventureiro ignora fronteiras, idealiza colher o fruto sem plantar a árvore, admite riscos e sabe transformar obstáculos em trampolim. É própria dele a audácia, a impre– videncia, instabilidade, e alguma parcela de "irresponsabilidade e vagabun– dagem". Algumas das nalfóes a que o autor atribuí estas características sao as nalfóes com saída para o mar, como é Portugal, a qual se atribuí a transferencia da característica aventureira para o Brasil. Este indivíduo que busca aventuras é mais propício a aceitar situalfóes novas, adaptar-se a elas e ainda tirar pro– veito das mesmas; é nesta atitude que encontramos os primeiros fundamentos para a adaptabilidade brasileira. Urna ilustralfao da tolerancia e flexibilidade é a frequente falta de pontualidade brasileira. Trata-se de urna relac;:ao diferente com o tempo, que nao está marcada pelo relógio, parecendo ter mais impor– tancia o que vai acontecer, e nao quando, o que invariavelmente desconcerta e irrita os estrangeiros. A "receptividade" do brasileiro seria entao urna estratégia para coletar mais informac;:óes sobre o indivíduo, ou seja, um facilitador da pessoalidade, enquanto a "criatividade" seria fruto da constituilfao étnica plural do Brasil, em que se entrelalfam inúmeras manifestac;:óes culturais na formac;:ao do país. A criatividade brasileira, consequencia da preservac;:ao e manifestac;:ao de sua diversidade cultural aliada a flexibilidade e adaptabilidade, é encontrada em todas as manifestac;:óes sociais bem como na busca de soluc;:óes nao óbvias. A cultura do "pali-pali" Entre os nossos entrevistados, observou-se urna queixa frequente dos bra– sileiros com relac;:ao a pressa coreana em éontraposic;:ao a queixa dos coreanos pela morosidade brasileira. Isso é acentuado pela sensalfao de superioridade por parte dos coreanos, urna vez que sao, em sua maíoría, donos de estabelécimen– tos comerdais e lidam, diariamente, com subalternos e fornecedores. Mesmo quando o coreano sai desse mundo cotidiano, as relac;:óes desiguais com o seu ambiente se mantém, sendo consumidor de produtos e servic;:os em restaurantes refinados, campos de golfe, resorts etc., e por isso, a postura de superioridade nao se altera fora das fronteiras de seu trabalho diário. Urna agravante é a ausen– da de relac;:óes de amizade ou outras relac;:óes de igualdade com brasileiros. 240 Corea, perspectivas desde América Larina
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