La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis

360 05 Teoría e historia de la ciudad poderiam criar condições de urbanidade, pois a maneira como os lu- gares se posicionam com o contexto é mais importante. A configu- ração total de uma cidade condiciona esforços e situações às quais todos os edifícios e lugares são submetidos. A sua mudança implica- ria no todo da cidade afetando também as localidades. E são justamen- te as localidades o segundo ponto de observação da Sintaxe Espacial. As relações que edifícios estabelecem com a cidade ocorrem necessariamen- te através do espaço público e sua forma. Claramente as paredes cegas, os muros e os grandes empreendimentos privados, outrora já denunciados por Jane Jacobs, não constituem bons exemplos de interfaces entre edifício e cidade, entretanto se tornam elementos de análise da Sintaxe Espacial. Pre- ocupados em estabelecer uma leitura morfológica também das estruturas urbanas locais, os autores insistem que espaços com maior convexidade são lugares melhor apropriados, pois de certa forma “envolvem” seus usuários. Um espaço urbano bem conectado com a cidade e bem constituído a ní- vel local podem provocar aquilo que Hillier e Hanson (1984) chamam de “comunidade virtual”, terceiro fator de análise. Lugares públicos bem con- figurados tendem a criar um melhor campo de possibilidades de interação social. Peponis (1992) explica este conceito quando diz que “é claro, que as pessoas interagem, partilham ou trocam experiências entre si, ou mesmo que se notam mutuamente. A configuração determina apenas o notar po- tencial de outros, como o pano de fundo para uma sociedade ativa”. (Pepo- nis, 1992,p.82). Estes três elementos consolidam uma configuração espacial, que por sua vez cria uma rede de caminhos possíveis que são frequentemente utilizados pelas pessoas nas suas práticas diárias. Este movimento cotidiano também é estu- dado pela teoria de Hillier e Hanson, (1984). Segundo os pesquisadores, o movimento exercido pelas pessoas ao se locomoveremno espaço urbano, tido como “movimento natural”, é um efeito primário para ocorrer o surgimento de atividades que garantam vida neste espaço. O espaço tem efeitos sobre os movimentos e sobre os atratores que se posicionam em áreas mais facil- mente acessíveis aproveitando o fluxo estabelecido pelo movimento natural. A importância da configuração espacial – local e global – como compo- nente que estrutura o movimento das pessoas retoma a abordagem feita por Kevin Lynch. As relações sociais que podem ser estabelecidas media- dos por esta configuração, se serão efetivas ou não, tratadas por Hillier e Hanson como comunidade virtual, herdam características das condições de diversidade advogadas por Jane Jacobs. A urbanidade que buscamos re- conhecer nesta pesquisa trata sumariamente destes conceitos. A vida na cidade, sua apropriação coletiva e sua capacidade de estabelecer interfaces

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