La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis

358 05 Teoría e historia de la ciudad ou classe social. Entretanto, um espaço tão democrático e comuni- tário também é constantemente confrontado por interesses econômi- cos e políticos sendo, em alguns casos, violado, negligenciado e aban- donado. Este cenário nos fez rever o papel do espaço público e sua urbanidade no presente retomando sua importância nos estudos urbanos. Nos dicionários, o termo urbanidade expressa uma conceituação de va- lores estabelecidos para o bom convívio em sociedade. Quando levamos este conceito ao campo da arquitetura e do urbanismo, percebemos que urbanidade diz respeito a interação entre pessoas que compartilham do mesmo espaço físico da cidade. O espaço público seria o principal agen- te de urbanidade, isto porque propicia o encontro entre semelhanças e diferenças criando um espaço integrador, pois segundo Peponis (1989, p.23) “se a sociedade enquadra as pessoas em diferentes classes, papéis e posições, o espaço urbano pode ser um dos meios de reintegração”. A apropriação se torna chave para um espaço urbano bem-sucedi- do pois um lugar que reúne uma diversidade de pessoas certamen- te possui qualidades. Neste sentido, em nossa pesquisa, buscamos estudar a apropriação urbana através de uma estrutura analítica, resga- tando o trabalho desenvolvido por Gabriela Tenório (2012). Nele a au- tora defende que um espaço público de sucesso possui três fatores: –Gente: um atributo aparentemente óbvio, mas que nos faz relembrar o quão importante é voltar o olhar para as pessoas. Um lugar pode ser con- siderado esteticamente interessante, mas se está vazio perde seu sentido de espaço público. Onde não há suporte à vida pública, o espaço público tam- bém não será bem-sucedido. –Gente Variada: O espaço público bem-sucedido é aquele que também propicia uma copresença entre semelhantes e diferentes, moradores e es- tranhos, de classes e culturas distintas. Entretanto, não deverá haver a pre- dominância de determinado grupo, pois os demais poderão se sentir intimi- dados no uso do espaço público. –Gente, sempre: A garantia de pessoas passando por um lugar a toda hora e em todos os dias da semana torna-o um espaço com vida urba- na. A vitalidade da cidade que é apenas garantida por horários comer- ciais acaba por configurar espaços públicos com “horas de validade”. Tenório (2012) também destaca a importância do espaço urbano como ambiente intermediador de trocas sociais, onde a urbanidade poderia se manifestar. Para a autora “(...) indivíduos compartilhando de um mes- mo espaço físico podem interagir ou não. A questão principal, então,

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