La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis
357 Aprincipal hipótese do trabalho é de que o crescimento urbano e as alterações na estrutura morfológica da cidade deram a Blumenau condições para a mo- dificação da sua urbanidade,que até então se resumia ao centro histórico,des- locando-a para uma porção mais ao norte, fazendo surgir um “novo centro”. Objetivamos nesta pesquisa estudar o traçado urbano de Blumenau, sua configuração atual e o seu papel enquanto estruturador dos es- paços públicos e propiciador de urbanidade. São objetivos específicos: –Compreender as mudanças dos padrões de urbanidade sobre a estrutura total e local da cidade; –Identificar atributos morfológicos da urbanidade. Em nossa pesquisa, utilizamos como referencial teórico-metodológi- co leituras que abordam de forma direta a morfologia urbana e a apro- priação social dos lugares públicos. As obras de Jane Jacobs (2011) e Kevin Lynch (2006) dão ao trabalho importantes conceitos sobre as di- mensões físicas e sociais das cidades. Trazemos também, como prin- cipal elemento teórico, a metodologia da Sintaxe Espacial descri- ta por Bill Hillier e seus colaboradores (1984) da University College of London. Tal método se preocupa em correlacionar a forma urbana como um campo de possibilidades e restrições para as práticas sociais. O trabalho inicia com uma breve leitura histórica da evolução do traçado urbano. Através da sintaxe espacial, são elucidadas possíveis mudanças nos modos de apropriação motivadas por modificações nas estruturas urbanas da cidade. Em um segundo momento caracterizamos o centro original no presente, ao mesmo passo que buscamos identificar o “novo centro” de Blumenau. Para isto são feitas análises morfológicas mais aprofundadas. Os resultados encontrados corroboram com a hipótese lançada. Por mu- danças na estrutura urbana, a urbanidade de Blumenau migrou fisicamente para a região mais ao norte da cidade fazendo surgir um lugar com pos- sibilidades de centralidade a ponto de competir com o centro original. O centro histórico ainda é o lugar que reúne muita gente durante o dia, mas é no “novo centro” que a apropriação perdura para além dos horários comer- ciais, resultado da sua configuração espacial e da sua diversidade de usos. 2. Referencial teórico Como discutimos previamente, o espaço púbico é o lugar da cida- de que abriga todos, independentemente de credos, raças, posição
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy Mzc3MTg=