La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis
310 04 Morfologías urbanas 3.1. Praça Costa Pereira e Praça João Clímaco em destaque Consideram-se dois exemplos paradigmáticos para apresentar em de- talhe os estudos diacrônicos realizados (fig.3) : a Praça Costa Pereira e a Praça João Clímaco. Justifica-se esta escolha levando-se em obser- vação que a primeira praça é o caso de um espaço público que deriva em outro (ou seria o mesmo?), e a segunda é o caso de um espaço pri- vado (um quarteirão) que uma vez demolido torna-se um espaço público. No primeiro caso, no período de 1767 trata-se do Largo da Conceição defronte a Igreja de mesmo nome. No período de 1911, a igreja não pa- rece mais uma vez que foi demolida tendo sido construído, bem próxi- ma a localização anterior, o Teatro Melphômene; por esta razão a praça continua sendo um largo que antecede um equipamento, agora com fins de lazer, assumindo o nome de Praça do Teatro. Nesta fase é importante registrar que em função da criação do aterro a “prainha” também já não existe mais e os quarteirões ao redor do espaço público começam a se formar a partir de um aterro, dando ao espaço público um caráter cen- tral que vai ser mantido até o presente. No período de 1931, parte do que foi o espaço público é aumentado com a demolição de quarteirões, sen- do agora urbanizado e ajardinado apresentando uma forma geométrica regular claramente planejada reforçando a localização central do período anterior. Em destaque nesta planta a construção do novo teatro (Carlos Gomes) e a retificação da Rua do Reguinho atual Rua 7 de Setembro. No segundo caso, o da Praça João Clímaco, no redesenho do mapa de 1767, registra-se a existência de um largo defronte a Igreja e Colégio de São Tia- go, rodeado de quarteirões por todos os lados, na região considerada o nú- cleo fundacional da cidade. Nesse período o espaço público é uma subtração do espaço privado, mas em nada residual posto que estava estrategicamente posicionado entre as (então) igrejas de São Tiago e de Nossa Senhora da Misericórdia. No período de 1911 aparece, a sul, o quarteirão demolido e modificado em Praça do Palácio, construída em um platô no mesmo nível do largo anterior. No período de 1931, o redesenho da planta mostra o alinha- mento do espaço público, a norte, pela testada do quarteirão confrontante a Rua Pedro Palácios e, a sul, com a testada voltada para a Rua Nestor Gomes parecendo buscar,por este motivo, integração ao desenho urbano do entorno. Comparativamente os dois exemplos demonstram que a primeira fase (1767) deriva de planejamento colonial com os largos posicionados frontalmente às igrejas, a segunda fase (1911) constata uma tendência à transformação do passado colonial e ao embelezamento da cidade. Na terceira fase, em 1931, indica-se o protagonismo da geometria, do ajardi- namento e da demarcação de limites entre rua e praça com preocupação
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