La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis

309 Aparece ainda em destaque pelo desenho e pela toponímia, nesta mesma cartografia de 1909, o Jardim Municipal defronte a baía de Vitória. Nesta região litorânea também há inúmeros cais, palco de acontecimentos da ci- dade. Importante notar que, por comparação, não se tratam dos mesmos cais da planta de 1767, transcorridos pouco mais de um século entre um tempo e outro, a linha do litoral já não era mais a mesma tendo passado por aterros: “[1859] Reformou-se o Cais das Colunas, fronteiro ao Palácio Provincial, onde saltariam SSMM. Construiu-se uma ponte, para o desembarque; ergueram-se dois palanques, à direita e a esquerda, junto ao referido cais. Calçou-se a Praça do Cais. Em atenção ao seu elevado destino o Cais do Desembarque, ou das Colunas, recebeu o nome de Cais do Imperador, conservado, até princípios deste século, quando se transformou em Cais Marechal Hermes. Atualmente, com o aterro do Porto é uma praça – Praça Roosevelt [...]” (Novaes, s.d.: 240). Na planta de 1931, por toponímia indicam-se 4 praças: Praça João Clí- maco (fig.2) , Marechal Hermes, Oito de Setembro e Costa Pereira. Ainda há indicativos de outras quatro áreas que seriam pretéritas às atuais Praças Irmã Josepha Hozanah, Paço Municipal, Cecília Mon- teiro e o que, em anos posteriores, viria ser a Praça Dom Luiz Scorte- gagna. No sentido oposto ao processo morfológico da sobreposição/ adaptação, nesta cartografia registra-se o processo de demolição do edi- ficado em favor da ampliação do espaço livre. Um exemplo do que se relata é o “Local destinado para o edifício dos Correios e Telégrafos”: “Localizada onde foi construída a sede dos Correios e Telégrafos, inaugurada em 1934. Antes dessa construção funcionava aí o Mercado Municipal. Esse mercado foi mandado construir em 1871 pelo Presidente Francisco Pereira Correa, sendo o projeto de autoria do engenheiro Manoel Moniz Freire [...] Era um prédio de pedra com três alas, em U, com área interna e alpendres [...]. Foi demolido em 1926” (Elton, 1999: 86) . fig2. Praça João Clímaco e suas fases em dois tempos: 1908 e 1930. Fonte: Arquivo Geral Municipal de Vitória. Praça do Palácio, em 1908. Praça João Clímaco, na década de 1930.

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