La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis

306 04 Morfologías urbanas planta da cidade) é dentre os elementos morfológicos aquele mais persis- tente e que a longevidade das formas urbanas está relacionada ao seu uso. Variantes e invariantes são também objeto de avaliação de Jallon et al. (2017:47) no estudo do potencial morfológico dos edifícios do Pla- no Haussmann, em Paris, e sua “[...] extraordinária resiliência em ter- mos espacial, climático, estrutural e técnico”. Os autores considera- ram que o edifício teve um modelo persistente e resiliente capaz de absorver as modificações das diferentes regulações urbanas, ao lon- go do tempo, sem desaparecer. Dentre vários mecanismos, destaca-se, no contexto da referida pesquisa, o “mecanismo do mezanino” que cria uma modulação urbana e pontos de contato entre público e privado. Especificamente sobre as praças,as publicações de referência para esta pesqui- sa foram A praça em Portugal; Os elementos urbanos; O tempo e a forma; além de teses e artigos dos pesquisadores vinculados ao Prof.Dr.Carlos Dias Coelho e a produção do laboratório de pesquisa FormaUrbisLab . Para Dias Coelho (2007), amparado em estudos pretéritos e diante da possibilidade de compa- rar retrospectivamente os elementos urbanos para deduzir os princípios que os teriam gerado, reforça-se um dos fatores que distingue as praças entre si, ou seja, sua gênese, fator pelo qual se justifica uma pesquisa dessa natureza: “Um dos factores que mais distingue as praças entre si é o próprio processo que as origina, isto é, se foram o resultado de um processo evolutivo que foi sedimen- tando progressivamente a sua forma ou, pelo contrário, se foram construídas a partir de um projecto integralmente pré-concebido” (Dias Coelho, 2007:30). Nesta busca pela gênese, no caso português, verificou-se dentre outros resul- tados que equipamentos civis e religiosos estruturaram o uso e a forma dos espaços livres aos quais estavam associados. Entretanto, comparativamente no tempo, muitos dos exemplares pesquisados passaram por transformações com integral substituição de elementos tridimensionais e bidimensionais originais. Neste caso, a aferição de persistências somente se deu no que concerne a localização ou ao encontro de vias que deram origem as mesmas. Na América Latina, alguns autores procederam com investigações correla- tas. Waisman em O interior da História (2013) enumera dez conceitos ins- trumentais para o desenvolvimento de estudos históricos e prática arquitetô- nica, dentre os quais “as durações históricas”. No contexto nacional, ganhou relevância o trabalho desenvolvido por Nestor Goulart Reis, Mauricio de Almeida Abreu e Sergio Buarque de Holanda, para citar os pioneiros, den- tre outros. Reis (2004), por exemplo, e em trechos selecionados, dialoga com a hipótese de que estruturas anteriores podem ter condicionado, pela conti- nuidade, estruturas subsequentes. Desse modo seria possível identificar si-

RkJQdWJsaXNoZXIy Mzc3MTg=