La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis

303 públicos? As atuais praças são formas persistentes de espaços públi- cos pretéritos? Estas perguntas embasaram a construção de um trabalho de investigação, que se encontra na primeira etapa de desenvolvimen- to, cujo objetivo principal é o estudo da gênese e formação material do espaço público do centro da cidade de Vitória (Espírito Santo, Bra- sil) mais especificamente de seus espaços de exceção, ou seja, das praças: “O termo praça tem origem latina – platea – e a sua utilização procura identificar um espaço público, de caracter excepcional que morfologicamente, se distingue dos espaços canais constituídos pelas ruas. No entanto, a esta aparente clareza morfológica correspondem espaços muito diversificados, cobertos por uma variedade de nomenclaturas e que de forma alguma constituem uma invariante cultural ” (Dias Coelho, 2007: 24). Justifica-se o desenvolvimento desta pesquisa pela sua excepcionalidade uma vez que são raras as publicações sobre praças, à escala local, com a referida temática morfológica e/ou com ênfase na interpretação cartográfica, enten- dendo-se com isso a existência de uma lacuna teórica passível de ser preen- chida. Importante ressaltar que, predominantemente, a produção literária local versa sobre a narrativa de acontecimentos políticos, sociais e econômi- cos que podem ter incidido sobre a história destes espaços públicos, como é o caso do conteúdo dos livros Logradouros antigos de Vitória , de Elmo Elton, e História do Espírito Santo, de Maria Stella de Novaes. Dessa forma, a rele- vância científica da pesquisa reside na contribuição que esta poderá dar acerca da gênese dos espaços públicos que por hipótese passaram por um processo evolutivo sedimentado tendo como princípio gerador a persistência do sítio. Diante de uma variedade de implantações e formas, propõe-se para este artigo a apresentação dos resultados parciais de análise métrica compara- tiva e diacrônica de 15 praças (fig.1) , à mesma escala pretendendo-se de- monstrar a persistência da forma urbana. Nesta etapa foi possível comparar quatro períodos a partir do redesenho em software de georeferenciamento (QGis versão 2.14.8 – Essen) das cartografias históricas dos anos de 1767, 1909, 1931 e do ano de 2018, fundamentada esta escolha por se tratarem dos principais documentos com representação em planta baixa e indicação dos três elementos morfológicos básicos: rua, lote (quarteirão) e edifício. Partindo-se do objetivo exposto, este artigo foi organizado em três partes. Na primeira, individualizam-se as características do fenôme- no da persistência das formas urbanas por meio de revisão da literatu- ra. Na segunda parte, explicita-se brevemente a metodologia utiliza- da e na terceira parte, apresentam-se os resultados e discussões parciais.

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