La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis
302 04 Morfologías urbanas Introdução Em termos conceituais e para o Resilient Design Institute resiliên- cia é a capacidade de adaptação de um indivíduo, comunidade ou re- gião às mudanças em razão da propriedade, que alguns corpos apresen- tam, de retornar ao estado original após uma deformação temporária. Assim, a incorporação da temática da resiliência aos estudos urbanos aponta para os desafios de se planejar o futuro pensando na imprevi- sibilidade, sendo necessário considerar a cidade como um sistema dinâ- mico e complexo que precisa se adaptar a vários desafios em, pelo menos, quatro escalas: funcional (geração de receita), organizacional (go- vernança), física (infraestrutura) e espacial (planejamento e design urbano). Em se tratando da escala espacial, a origem e o significado do termo re- siliência envolve um grupo diverso de abordagens e áreas temáticas. A exemplo da amplitude teórica sugerida, Meerow et al. (2016) ao ela- borar uma análise bibliométrica e revisão da literatura identificaram um conjunto de definições de resiliência que, embora muitas vezes con- traditórias, tencionam cinco noções: equilíbrio/ desequilíbrio; aborda- gem positiva/neutra/negativa; mecanismos de transformação (persistên- cia, transição e transformação); adaptação/ adaptabilidade; tempo. Mas qual poderia ser a ligação entre resiliência e o estudo da forma urbana? Ciente da diversidade de abordagens possíveis, propõe-se para este ar- tigo uma aproximação a noção de resiliência pela perspectiva dos meca- nismos de transformação material, mais especificamente do processo de persistência morfológica que incide, no tempo, sobre a materialidade da cidade. A imagem da mola que é distendida mas retorna à forma origi- nal é predominante na tratativa da resiliência, mas não é a única. E se a capacidade de ser resiliente envolvesse um nível de deformação perma- nente? E se fosse justamente esta deformação que fizesse com que a for- ma urbana primitiva pudesse atravessar as diversas camadas do tempo: “A resiliência urbana refere-se à capacidade de um sistema urbano - e de todas as suas redes socioecológicas e sociotécnicas constituintes em escalas mundiais e espaciais - manter ou retornar rapidamente as funções desejadas diante de um distúrbio, se adaptar às mudanças e transformar rapidamente os sistemas que limitam a capacidade de adaptação atual ou futura” (Meerow et al., 2016:39). Posto isso, ao considerar o viés da persistência como uma das caracte- rísticas da resiliência e em diálogo com autores da área da morfologia e história urbanas (Lavedan, 1926; Conzen, 1960; Dias Coelho, 2007), al- gumas questões preliminares se destacam: qual foi o processo de for- mação das praças mais antigas da cidade? Qual a gênese desses espaços
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