La ciudad como campo de estudio morfológico: Escenarios latinoamericanos en tiempos de crisis

269 temunha das origens de Teresina. Embora o primeiro aglomerado urbano da cidade tenha sido a Vila do Poti (atual bairro Poti Velho), localizada na confluência dos dois rios que cortam a cidade, o Poti e o Parnaíba, o espaço onde se situa atualmente praça da Bandeira foi escolhido para a criação de uma nova centralidade urbana, na denominada Chapada do Co- risco. Essa nova centralidade, a Vila Nova do Poti, foi elevada em 1852 à condição de cidade, adquirindo um novo nome: Teresina. É nesse pon- to da cidade que está situada sua primeira edificação, a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, cuja pedra fundamental foi lançada em 1850, dois anos antes da fundação oficial da atual capital piauiense. Foi a partir dessa igreja que o traçado de Teresina foi realizado, tendo-a como ponto cen- tral e demarcando-se quadras a até aproximadamente 1,2 quilômetros tanto a norte quanto a sul. Os rios Poti e Parnaíba seriam os limitantes naturais a leste e oeste, respectivamente (Vieira, 2015; Teresina, 2015). Destaca-se, assim, o importante papel de centralidade que a praça da Ban- deira representou durante as primeiras décadas de Teresina, tendo sido nela a instalação dos primeiros edifícios públicos e residências da alta classe da cidade. Dentre estes edifícios, citam-se, além da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, o Mercado Central, o Tesouro Provincial, a Inten- dência Municipal, o Fórum e o Palácio do Governo da Província, além de ter nas suas proximidades o cais do rio Parnaíba. De fato, a praça da Constituição, como chamada anteriormente, juntamente à então praça do Comércio ou Uruguaiana (atual praça Rio branco), eram o local de en- contro e de exercício das atividades cotidianas da população da capital piauiense, pois “ali se aglutinavam os órgãos públicos, os equipamentos de lazer e o comércio da nova capital” (Vieira, 2015: 7). A partir da década de 40, o surgimento de novas centralidades, como a avenida Frei Serafim e a praça atualmente denominada Pedro II, geraram novas áreas de interes- se, resultando no início do declínio da praça da Bandeira (Vieira, 2015). Ao longo da segunda metade do século XX, a praça Marechal Deodoro da Fonseca e seu entorno adquiriram novas feições. A vegetação da praça cresceu e tornou-se exuberante, dando a ela feições de parque. A cons- trução, no interior da praça, do Teatro da Arena na década de 60 trouxe uma mudança positiva para o local, convidando as pessoas a frequentá-la novamente. Por outro lado, o gradeamento da praça provocou a criação de uma barreira física e visual para os passantes, prejudicando a apropriação do espaço. Um outro elemento importante nas transformações da praça e de seu entorno foi a construção de novas rodovias que ligam outras cida- des brasileiras a Teresina, as quais transformaram a capital piauiense em um importante entroncamento comercial. A região da praça, que já pos- suía caráter comercial, teve um impulso nessa atividade, resultando em uma feira a céu aberto que se instalou nas proximidades do Mercado Central,

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