Migración internacional de enfermeras/os de América Latina 2010-2019
98 Migración internacional de enfermeras/os de América Latina 2010-2019 Corroborando com Scheffer et al. (2020), a demografia médica no Brasil em 2021, continua a retratar ainda a escassez de médicos no país. Que ainda permanece no patamar de 2,4 médicos por 1.000 ha- bitantes. O ponto de reflexão, é o que representa este parâmetro, para a cobertura e assistência inte- gral da saúde de toda a população brasileira como se preconiza nos princípios do Sistema Único de Saúde? Mesmo considerando que todos os médicos se dirigissem ao trabalho para a atenção básica, este parâmetro e esta disponibilidade de profissionais seriam evidentemente, insuficientes. Além do fato destes profissionais terem, como perfil e ambição desde o início do curso, a especialização. É, com certeza, residual e temporário, o encaminhamento profissional para o trabalho em unidades básicas de saúde. E o perfil da formação médica, tradicionalmente, evidencia-se como especialista, e não como generalista. Apesar dos esforços e recomendações do SUS, e ainda, da histórica tentativa de fixação destes profissionais no interior. Diferentemente dos médicos, os enfermeiros, tradicionalmente, se graduam na perspectiva mais generalista recebendo uma formação que perpassa por todas as clínicas, de tal forma, que seu in- gresso no mercado de trabalho depende sobremaneira da oferta de vagas no sistema de saúde. Mas, diante do crescimento da oferta de enfermeiros, substituindo a anterior escassez neste mesmo mer- cado, assim como, devido às regulações profissionais, estas vêm dirigindo, já em torno de duas dé- cadas, os enfermeiros para a necessidade da especialização profissional, bem como, a participação na pós-graduação stricto sensu. Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen, 2021), o Brasil tem hoje (ou em 01 de setembro de 2021), 630.497 enfermeiros, 1.495.139 técnicos, 439.146 auxiliares de enfermagem e 334 obstetrizes, totalizando 2.565.116 milhões de trabalhadores de enfermagem. Destaca-se que as obstetrizes se equivalem às parteiras e não, aos enfermeiros com pós-graduação em obstetrí- cia. Importante também é registrar que os dados nacionais da enfermagem (Cofen, 2021) incluem profissionais que podem ter até duas inscrições, cada uma em estados diferentes, ou uma inscrição como técnico ou auxiliar e outra como enfermeiro. Desta forma os dados numéricos da enfermagem são acrescidos pelas segundas inscrições, também diferentemente dos médicos, sobre os quais se dispõe, e analisamos separadamente, com base na inscrição principal. Mas, mesmo assim, se apenas há cinco anos passados, ou em 2016, Vieira (2017) considerando a população brasileira de 206.481.640, e de 457.541 enfermeiros, perfazendo uma relação de 22,0 en- fermeiros por 10 mil habitantes, em 2021, o Quadro 5, demostra o crescimento desta relação no país, para 29,6 enfermeiros por 10 mil habitantes. Por influência do Distrito Federal a região Centro-Oeste passou a ter a maior relação profissional por 10 mil hab., ou de 33,7. E em ordem decrescente, se- guida pela região Sudeste com 31,5, da região Nordeste com 29,4, da região Norte com 25,7 e da
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