Migración internacional de enfermeras/os de América Latina 2010-2019

87 Migración internacional de enfermeras/os de América Latina 2010-2019 OS profissionais de saúde no contexto da pandemia: a enfermagem em foco OSUS, como já referenciado, englobamais de 3.500milhões de trabalhadores da saúde, e temuma parte significativa, voltada para o combate à pandemia no Brasil. Vale destacar o enorme e fundamental con- tingente de profissionais de enfermagem, constituindo na maior e hegemônica categoria profissional do sistema de saúde, totalizando em setembro 2021, 2.565.116 milhões de profissionais (Cofen, 2021). Desde da constituição do SUS, a questão da gestão do trabalho e da educação tem sido motivo de grande polêmica e de difícil entendimento e acordos, entre trabalhadores e empregadores, sejam, públicos ou privados. Machado e Ximenes Neto (2018), que analisaram a evolução da FTS no âmbito do SUS, mostraram a persistência de problemas estruturais, em especial, na gestão do trabalho. Além de apontarem que o trabalho precário é uma situação que atinge significativo contingente da saúde, indicaram o desequilíbrio entre oferta e demanda, escassez de profissionais no interior do país, precarização do trabalho, terceirização dos serviços de saúde e, consequentemente, da mão de obra especializada (médicos, enfermeiros, técnicos em geral, dentre outros). De acordo com os autores, alia-se aos problemas estruturais no campo da gestão do trabalho, a re- cente incorporação na estrutura curricular da formação profissional, a modalidade do ensino a Dis- tância -EaD. Acrescentaram que esta situação está associada à flexibilização do ensino superior no país, expandindo a oferta nas instituições de ensino privadas. Atingindo os cursos de Enfermagem, Educação Física, Biomedicina, Ciências Biológicas, Nutrição e Serviço Social, os quais passaram também a ser ofertados na modalidade EaD (Machado e Ximenes Neto, 2018). Para entender melhor a situação da FTS no Brasil, é importante delimitar os períodos denominados de: pré-pandêmico e pandêmico. O período pré-pandêmico, compreendido nos últimos anos, em que o retorno de premissas neo- liberais passou a ser reinventadas no cenário da gestão, configurando-se em um cenário para os trabalhadores, de fragilidade e instabilidade quanto a empregabilidade, traduzida por perdas de direitos trabalhistas, rebaixamento salarial, desvalorização da FT, aumento do subemprego e do des- emprego aberto, entre outros. É possível afirmar que o trabalho precário tem sido aquele em que o trabalhador é mal pago, inseguro, desprotegido, e com renda insuficiente para sustentar a si próprio e a um domicílio.

RkJQdWJsaXNoZXIy Mzc3MTg=