Migración internacional de enfermeras/os de América Latina 2010-2019

105 Migración internacional de enfermeras/os de América Latina 2010-2019 Desta forma, e como já visualizado o‘status quo’domercado de trabalho dos enfermeiros no Brasil, assim como a sua grande capacidade de formação, e a ainda, a oferta de profissionais, esta ponderação se torna altamente apropriada para o caso do livre trânsito de enfermeiros no nosso país. Importante é destacar que até a atualidade, os enfermeiros‘mercosulinos’embora semnecessidade de passaporte para entrada nos Estados-Partes, precisamse submeter para o exercício profissional, como qualquer outro estrangeiro, às regras de revalidação de diploma e inscrição profissional no órgão competente de cada país. Enfermeiros Imigrantes No Brasil: 2010 A 2019 Apresentamos finalmente, a participação do Brasil como país receptor de enfermeiros estrangeiros, com base nos dados pertencentes e levantados pela Instituição Coparticipante, ou o Conselho Federal de En- fermagem. Os imigrantes, coerente como conceito demigração profissional, foram selecionados entre o total de enfermeiros, aqueles estrangeiros que migraram para o Brasil já sendo graduados em enferma- gem no país de origem. Para o atual relatório, os imigrantes profissionais foram separados por estados e países de origem, no período de 2010 a 2019 (objetivo da Red MigrEn), no Censo dos enfermeiros imigrantes existentes no país. Pontuamos que a análise de imigrantes deva ser feita exclusivamente na modalidade de Censo para a enfermagem, tendo em vista que a população imigrante, é pequena para o país e assim, não se incorre no erro metodológico de superestimar os dados através de levantamentos amostrais, onde a expansão da amostra eleva exponencialmente a informação quantitativa de imigrantes. Ainda, a forma mais adeguada de uma análise de imigrantes profissionais, deve excluir evidentemente, os imigrantes em geral, ou aqueles que nasceram e se graduaram no país de destino. A inclusão destes últimos, superestimam os dados, além de não contemplar teoricamente o tema migração profissio- nal.O estudo de Vieira, et al. (2006), ainda permanece como a única análise brasileira, que além de utilizar o Censo dos imigrantes no Conselho Federal de Enfermagem em 2005, também separou os enfermeiros, os técnicos e os auxiliares de enfermagem estrangeiros, que migraram como profissio- nais, daqueles que se formaram no Brasil. Alguns estudos, infelizmente, incaem nestas armadilhas, fazendo análises seja por amostragem, ou por inclusão dos imigrantes em geral e não somente os imigrantes profissionais, como também, utilizando no mesmo estudo, as duas formas metodoló- gicas. Estas considerações não se enquadram no purismo acadêmico, mas sim na busca da asser- tividade de análise de um fenômeno que preocupa o mundo, ou a migração de recursos humanos qualificados (incluindo variados profissionais de diferentes áreas do conhecimento), principalmente considerando que esta pode significar perda substantiva para os países de origem. A exemplo, em 2005 o Censo de imigrantes de enfermagem no Brasil segundo Vieira, et al. (2006), foi de 513 pessoas, mas, 342 (66,7%) eram imigrantes que se formaram no Brasil. Portanto, apenas 171

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