Desafíos críticos para Latinoamérica y el Caribe

79 endereçamento destas desigualdades, sendo necessárias a identificação das vulnerabilidades e desen- volvimento de estratégias específicas voltadas para a área da saúde (OPAS, 2017). Partindo do entendimento que o alcance do desenvolvimento sustentável não poderia ocorrer disso- ciado de avanços conjuntos nas dimensões social, econômica e ambiental, firmou-se internacionalmen- te o compromisso ao enfrentamento dos obstáculos a este desenvolvimento que foi consolidado em metas e objetivos na Agenda 2030. O documento aborda os principais desafios ao desenvolvimento sustentável e se organiza em 5 eixos que compreendem ações direcionadas: às pessoas, ao planeta, à busca da paz, à prosperidade e ao desenvolvimento de parcerias com base na solidariedade global. Estes eixos se traduzem em 17 objetivos integrados e indivisíveis que buscam harmonizar as dimensões de desenvolvimento (UN, 2015). A agenda propõe um objetivo específico para a saúde e promoção do bem estar, o objetivo de número 3, que enumera metas para redução nas taxas de indicadores e combate a doenças e agravos, o alcan- ce da cobertura universal em saúde e acesso de qualidade, além de ações voltadas para ampliação de formação e qualificação profissional (UN, 2015). Como metas deste objetivo são descritas a redução na taxa de mortalidade materno-infantil, mortalidade prematura por doenças não transmissíveis e por causas externas, combate a doenças como hepatite e epidemias de AIDS, tuberculose, doenças tropi- cais e doenças transmissíveis, controle do tabaco e prevenção e tratamento de transtornos decorrentes do uso de substâncias psicoativas e apoio a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Ainda nas metas para assegurar a vida saudável, a agenda assinala a cobertura universal como impor- tante alvo do desenvolvimento sustentável (UN, 2015) Apesar de contemplar um objetivo direcionado especificamente para a saúde, Ribeiro (2016) ressalta que o documento como um todo aponta para o desenvolvimento de ações e intervenções em áreas de grande relevância para a humanidade, que são também transversais à saúde, e sem as quais não é possível alcançá-la. De acordo com a OPAS (2017), o documento representa um importante marco na saúde pública e dá destaque para a saúde como fator central no desenvolvimento dos países e força propulsora da qualidade de vida e bem estar, assim como deixa patente a transcendência das ações para além das fronteiras. Para efeitos deste estudo destaca-se além do objetivo supracitado, os objetivos de desenvolvimento de número 10 e 17, que abordam, respectivamente, a redução das desigualdades internas aos países e entre os países, e a revitalização de parcerias globais para o desenvolvimento sustentável. Entre as me- tas do objetivo 10 enfatiza-se a garantia de igualdade de oportunidades e promoção da inclusão social, econômica e política de todos. Com relação ao objetivo número 17, ressalta-se as metas de melhoria da cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e triangular, as ações em prol da capacitação e o próprio reforço às parcerias globais para o desenvolvimento sustentável (UN, 2015). A INTEGRAÇÃO REGIONAL NA AMÉRICA LATINA E AMÉRICA DO SUL De acordo com Teixeira e Desiderá (2012), a integração econômica da América Latina é vista como fun- damental para o desenvolvimento econômico da região desde os anos 50, porém as ideias relacionadas à integração regional como um todo aludem, conforme Granato e Batista (2018), aos movimentos de independência dos países da região. Estas iniciativas congregaram diferentes nações em perspectivas ora mais voltadas a uma tendência liberal, com maior enfoque para as questões comerciais e seus benefícios, ora aproximadas de um viés desenvolvimentista, orientado para a redução das assimetrias regionais e integração para além da área comercial, estendendo-se aos campos de infraestrutura, política industrial, políticas sociais, entre ou- tros (Teixeira & Desiderá, 2012). Para Granato e Batista (2018), a compreensão destes processos de inte-