Desafíos críticos para Latinoamérica y el Caribe

77 RESUMO Este estudo proporá a discussão do lugar da saúde no debate sobre integração regional na América do Sul e as iniciativas em prol da cooperação neste campo. A América Latina é tida como a região mais desigual do mundo e, no campo da saúde, estas desigualdades se expressam de maneira injusta e evitável. Em termos de saúde, figuram como os principais problemas da região as doenças crônicas, transtornos mentais, deficiências e a violência, coexistindo com problemas decorrentes de desastres, doenças emergentes, doenças transmitidas por vetores e doenças crônicas transmissíveis. Na Améri- ca do Sul, as iniciativas de integração surgiram a partir de interesses comerciais, porém a inclusão de temas sociais e áreas transversais tem se intensificado nos últimos anos. Ressalta-se a necessidade de ampliação destas interseções diante da emergência de novos desafios e da persistência de antigos problemas, assim como na construção de estratégias com foco no desenvolvimento sustentável para a região. Palavras chave: saúde global, integração regional, América do Sul. O referido estudo proporá a discussão, a luz do referencial teórico, do lugar que a saúde tem ocupado no debate sobre integração regional na América do Sul e as iniciativas em prol da cooperação neste campo. A América Latina é tida como a região mais desigual do mundo, e no campo da saúde estas desigualdades se expressam de maneira injusta e evitável. Somam-se a questão da desigualdade social e econômica, as tendências regionais e globais de aumento na esperança de vida e as mudanças climá- ticas, as quais apresentam novos desafios para o desenvolvimento sustentável na região (García, 2020). Na perspectiva deste desenvolvimento, a redução das desigualdades internas e externas entre os paí- ses, a garantia da saúde e bem estar e a promoção de parcerias globais integram-se às pautas econô- micas e ambientais na Agenda 2030 como campos de ação prioritários e ganham especial relevância no atual cenário de crise sanitária. Segundo as Nações Unidas (United Nations - UN), apesar da pandemia ter alcançado todas as regiões e segmentos da população, seus efeitos são sentidos de forma desigual dentro e fora dos países, evidenciando as iniquidades e exacerbando as disparidades existentes (UN, 2020). A América Latina caracteriza-se pelos elevados níveis de desigualdade, que na região são injustos e fundados em aspectos históricos reprodutores de privilégios e assimetrias de poder. A redução destes níveis de desigualdade e o combate à pobreza associados aos problemas estruturais de baixa produ- tividade, exclusão social e descuido com o meio ambiente representam importantes desafios para os países da região rumo ao desenvolvimento sustentável, conforme enuncia a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe - CEPAL (2019a). De acordo com o Panorama Social da América Latina de 2019, produzido pela instituição supracitada, a região é reconhecida como a mais desigual do mundo, e o imperativo para a redução da desigualdade relaciona-se não somente com a garantia de acesso aos direitos, mas está estreitamente conectado ao crescimento econômico sustentável. Segundo a comissão, a desigualdade, comumente evidenciada em termos de diferença na distribuição de renda, também se expressa no contexto local nas questões étnicas, de gênero, idade e em razão do território, estabelecendo cadeias de vulnerabilidade que in- fluenciam o acesso a proteção social, trabalho, educação, saúde e demais serviços básicos. Portanto, configuram-se grupos e subgrupos de maior vulnerabilidade e maior suscetibilidade, dentre os quais destaca-se as crianças, adolescentes, mulheres indígenas, afrodescendentes e moradores de áreas ru- rais. Em outra publicação, a CEPAL (2019b) elenca o que considera como nós críticos para o desenvolvi- mento social na América Latina, definindo-os como fatores que limitam o bem-estar de grande par- cela da população e o usufruto dos direitos, contribuindo para a reprodução da desigualdade. Os nós apontados no documento referem-se às desigualdades estruturais e a persistência da pobreza na região, o acesso parcial e desigual à proteção social, as lacunas no desenvolvimento das capacidades

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