Desafíos emergentes de la modernización del Estado : reflexiones y casos de América Latina y Europa
Javier Fuenzalida | Pablo González ( Editores ) 114 considerações sobre a rede estão dirigidas à capacitação em tecnologias avançadas e, como já sinalizado antes, ao desenvolvimento processos de trabalho com um sig- nificado social e público, baseados em relações de confiança e contratos relacionais. As demandas da sociedade, ao serem consideradas na própria construção do con- trato psicológico, necessariamente desencadeiam o tipo de comprometimento orga- nizacional para apoiar a NPG. A proximidade do servidor com o usuário do serviço público é valorizada para a revisão dos processos e é parte também da construção de uma cidadania mais consciente. Cabe notar, contudo, que nem as ideias da NPG ou da PSO desconsideram que o objeto é a administração pública, sujeito às característi- cas, limitações e necessidades de cada país ou entidade nacional. 5. C onsiderações finais Ampliar a articulação com setor privado e a sociedade civil organizada na oferta de serviços à sociedade exige muito aprendizado, principalmente para que a adminis- tração pública possa operar em ambientes não hierárquicos, altamente flexíveis e pouco formais. É uma mudança radical, em muitos aspectos, pois diminui a segu- rança das normas, regras, instrumentos e hierarquia presentes na administração pú- blica tradicional e cria, em seu lugar, um ambiente de instabilidade, poucas regras, contratos tácitos e relacionamentos horizontais. Ademais, os sistemas de controle estatais são pouco adaptados ao novo paradig- ma. Ainda impera a lógica dos meios, quando o fazer bem feito está mais associado ao adequado preenchimento dos formulários e cumprimento dos procedimentos formais que aos resultados ou ao atendimento das necessidades da sociedade. A ênfase na organização por redes e processos não hierárquicos desconstrói fundamentos dos paradigmas burocráticos e de eficiência, podendo trazer descon- fiança nos gestores públicos ou receio ante a novidade, o que poderia desencade- ar um conjunto de resistências importantes. Talvez, mais importante que novos aprendizados, seja a capacidade de promover o desaprendizado, onde antigas práti- cas que se transformaram em barreiras à inovação possam ser removidas. Mas isso não é apenas uma ação ou mudança cognitiva. É uma nova cultura, o que sempre representa uma ameaça a uma cultura estabelecida, ao status quo . A cidadania é parte intrínseca da perspectiva da nova governança pública, alte- rando o significado do trabalho do servidor público e demandando um comprome- timento com a sociedade. O servidor é convocado a estabelecer seu vínculo a partir de outros fundamentos, bem diferentes dos que sustentam a lógica burocrática.
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