Desafíos emergentes de la modernización del Estado : reflexiones y casos de América Latina y Europa

Javier Fuenzalida | Pablo González ( Editores ) 112 Smith (2007) reconhece que existe uma tendência cada vez mais forte para que as organizações públicas trabalhem com entidades além das “fronteiras hierárquicas” (p. 1), enfatizando a importância do ambiente institucional para a governança. O au- tor defende que a ação colaborativa não deve estar centrada apenas nas capacidades humanas, mas também deve estar fortalecida na estrutura institucional que joga um papel importante na própria construção de credibilidade do gestor público. Thomson, Perry e Miller (2007) incentivam a criação de novas estruturas orga- nizacionais e sociais para atender as demandas do trabalho colaborativo, reconhe- cendo o potencial de articular uma ampla gama de contribuições. Ao sistematiza- rem as pesquisas desenvolvidas, apresentam cinco dimensões em torno das quais se localizariam as contribuições mais relevantes: a governança, a administração, a autonomia, a reciprocidade e as normas. Estas dimensões são úteis por auxiliarem na compreensão de suas implicações sobre o desenvolvimento dos gestores e ser- vidores públicos. Thomson et al. (2007) observam em relação à governança que o estabeleci- mento de nexos de colaboração envolve a criação de estruturas que permitam aos participantes tomar decisões sobrecomo solucionar problemas coletivos e sociais, decisões que devem estar articuladas e integradas à institucionalidade da rede. Nes- se sentido, é importante pensar em mecanismos de coordenação que se adaptem a esse cenário. Na dimensão da administração, propõem um sistema de colaboração que clarifica os papeis e as responsabilidades dos atores públicos envolvidos, com uma ênfase importante na comunicação para promover a coordenação. Em relação à autonomia, chamam atenção para as tensões que poderiam ocorrer e os possíveis dilemas –principalmente entre autonomia e transparência– que, se ignorados ou negligenciados, poderiam gerar inércias e desestabilizar a colaboração. A reciproci- dade, por sua vez, tem raízes na interdependência, esbarrando na questão dos inte- resses e recursos, e na necessidade de construir espaços de negociação entre os pa- res em colaboração. Finalmente, as normas estão relacionadas à institucionalidade e à confiança na reciprocidade presente nos grupos. Entretanto, reconhecem que a criação de confiança necessita tempo e interação, mas o compromisso em longo prazo só pode ser construído com base no reforço da reciprocidade e suportado por um contrato psicológico institucionalizado. O enfoque de redes também implica aceitar as diferenças interculturais, apro- veitando o potencial criativo da diversidade, o que reforça a construção da cidada- nia fora e dentro do serviço público. As TIC’s, introduzidas nas novas tendências do serviço público por meio do discurso da cidadania digital, podem aproximar

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