Desafíos emergentes de la modernización del Estado : reflexiones y casos de América Latina y Europa

DESAFÍOS EMERGENTES DE LA MODERNIZACIÓN DEL ESTADO 105 cumprimento das promessas políticas e questiona os resultados alcançados em rela- ção à eficiência, eficácia, mas principalmente em quanto à efetividade institucional. As novas tecnologias trouxeram também desafios para a administração do pú- blico, uma vez que promove transformações profundas no papel do cidadão na produção e promoção das políticas públicas. Conceitos como o da cidadania digital e - de cidadão (Castells, 2002) transitam do digital e tecnológico para um espaço público institucional e político. Estes novos contextos rompem com a lógica hierar- quizada das organizações públicas, e constroem espaços de poder relacionais e me- nos normativos. A cidadania digital procura destacar o fortalecimento dos direitos humanos e os direitos dos cidadãos em geral, baseado no acesso, uso, processos de inclusão e desenvolvimento da esfera pública na sociedade da informação. As políticas públicas e as administrações públicas assumem a necessidade das mudanças de dentro para fora, para combinar um pluralismo cultural e político, rede- finindo e res-significando em busca do fortalecimento da cidadania e da legitimidade do agir público. Diante dessas transformações, o funcionalismo público é convocado a repensar sua formação para transitar com maior facilidade no novo paradigma. Transformar a ação estatal de uma lógica hierárquica, centralizada e presa a processos muito estruturados, para outra lógica, baseada em redes e processos não hierárquicos, não é trivial. Mais que uma reorganização administrativa ou de processos, significa promover um novo modelo mental para a atuação de servidores e políticos. Significa também lidar com as resistências à mudança, uma vez que a introdução de uma nova lógica mexe como os sistemas de valores, recompensas e carreiras dos servidores. Torna-se fundamental, nesse contexto, que os responsáveis pela administração públi- ca desenvolvam capacidades de análise da estrutura e dos processos organizacionais, dos discursos e elementos constitutivos da organização pública, com o objetivo pre- cípuo de anteciparem-se a essas resistências. Nessa linha de pensamento, cobra mais sentido o que Lindsay, Osborne e Bond (2014) afirmam: que a NPG está moldada por elementos distintivos como a fragmentação das necessidades nas sociedades pós-modernas, a evolução de abor- dagens plurais (múltiplas organizações) e pluralistas (múltiplos processos) para a entrega de serviços públicos, um crescente foco da política sobre o papel dos usu- ários como co-produtores de serviços públicos, as exigências de uma nova lógica de negócios baseada em serviço em substituição à lógica das teorias baseadas na manufatura, e uma mudança no equilíbrio das habilidades gerenciais-chave neces- sárias para a prestação de serviços públicos, privilegiando aquelas de governança e negociação de necessidades, prestação de serviços e resultados.

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